O seu mau diabo convenceu-o de que não sabe dançar a dois.
Ele gosta de dar-lhe ouvidos.
Mas ao abraçá-la, naquela urgência tão corpórea de gestos sólidos e quentes, quase febris, embala-a ternamente.
"Depois do colo da minha mãe jamais alguém embalou-me na vida."
Ele balouça-a junto a seu peito, ritmando-a de um lado para o outro e, gentilmente, do outro para o outro num movimento contínuo e compassado. Num movimento de aninho e atenção.
Ele balouça-a junto a seu peito, ritmando-a de um lado para o outro e, gentilmente, do outro para o outro num movimento contínuo e compassado. Num movimento de aninho e atenção.
"Acho que crês em demasia no teu mau diabo. Estamos a dançar, os dois."
Falhou ao seu mau diabo a lembrança de que até os beijos são uma dança acertada a dois e que, por entre o cheiro doce das suas respirações, nesses reflexos instintivos e demorados, ele sabe afinal dançar primorosamente em par.
"Só por hoje não permitirei sentir medo em perder esta harmonia e assumo que esta é a melhor melodia que temos juntos para dançar."